É época de ABACATE!!
- Nutricionista Fabiana Sampaio
- 10 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
Feliz daquele que tem um abacateiro para chamar de seu!

Os Sul-americanos em particular mexicanos chamavam de ahuacati, que significa testículos, isso por ser referente a sua forma; os navegadores espanhóis começaram a chamar de aguacate, o que por conta destas navegações não demorou muito para se difundir por todo continente americano, na América do Norte é chamado de avocato e no nosso país ABACATE (1,2).
Devido a sua forma, lhe era atribuído propriedades afrodisíacas, por se assemelhar a na forma de peitos de moças donzelas ou testículos, mas não há registros científicos que as propriedades químicas do abacate sejam afrodisíacas.
O abacate pode ser encontrado durante o ano todo, mas no período de fevereiro à inicio de abril demanda é maior, onde se encontra com maior quantidade, variedade e qualidade.


Mas o que o abacate tem de tão bom assim??
Antes quero pontuar que o pobre fruto levou uma má fama por um bom tempo! Lembro-me bem quando criança que uma Tia ao fazer vitamina de abacate, colocava limão, segundo a sua fala era para cortar a gordura presente no alimento, que poderia fazer mal a saúde. Esse era até um certo tempo um dos mitos mais difundidos.
Hoje já sabemos que o pseudofruto é riquíssimo em nutrientes! A gordura presente no abacate não é SATURADA (gordura encontrada apenas em produtos de origem animal e industrializados) e sim gordura monoinsaturada e polinsaturada, que tem efeitos positivos auxiliando na redução nos níveis de colesterol total, triglicerídeos e LDL-colesterol(3). Um outro composto encontrado no abacate é o fitoesterol, também responsável pela melhora nos níveis lipídios plasmáticos(2).
O abacate também apresenta uma boa quantidade de micronutrientes. Em 100g do pseudofruto cru possui uma variedade de minerais, em maior quantidade para potássio (206 mg), fosforo (22 mg), vitamina C (8,7 mg), magnésio (15 mg) (5). E contém uma quantidade significativa de fibras 6,3g mais presente as insolúveis, logo ajuda a função intestinal; a variedade Hass há indícios de conter uma maior quantidade de ferro (5,6).
Há outros benéficos encontrados no abacate! O consumo do óleo via externa ou ingerido possui propriedades eficientes na cicatrização de feridas e ulceras de pressão; auxilia positivamente nos efeitos indesejáveis no período da Tenção Pós Menstrual e retenção de líquidos nesse período; apresenta o carotenoide luteína, que ajuda a proteger o organismos contra o câncer(4).
Tem outra forma de consumir o abacate que é pouco difundida por nós brasileiros, na forma de óleo, que é extraído da polpa do abacate maduro. Suas propriedades se assemelha ao azeite de oliva, pois ambos apresentam ácidos graxos mono e polinsaturados, que promove benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares(6,7).

As formas de consumo do abacate variam muito, no Brasil temos o costume de consumi-lo doce na forma de vitaminas ou cremes, mas tem outras formas de consumir o pseudofruto, como saladas, pasta para acompanhamento de sanduíches, com ovos e o guacamole, a famosa receita mexicana. O óleo de abacate apesar de não haver indicações de como utilizar na culinária, a sugestão de consumo é para temperos de saladas, grelhar carnes, refolgar temperos. No entanto o óleo é muito utilizado na indústria de cosméticos, na formulação de cremes e óleos corporais e para tratamentos capilares, sendo um excelente hidratante.

Mais atenção, como tudo na vida tem que haver o equilíbrio. O abacate deve ser incluído harmoniosamente no cardápio. O acompanhamento de um Nutricionista é essencial para incluir esse alimento de forma proveitosa e adequada na alimentação diária.
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Comer é...
Referências:
1. Donadio LC. Abacate para exportação: aspectos técnicos da produção [Internet]. Vol. 2. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, Secretaria de Desenvolvimento Rural, SDR, Programa de Apoio à Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais–FRUPEX; 1995 [citado 26 de março de 2017]. Disponível em: http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00061880.pdf
2. SALGADO JM, BIN C, MANSI DN, SOUZA A, others. Efeito do abacate (Persea americana Mill) variedade hass na lipidemia de ratos hipercolesterolêmicos. Ciênc E Tecnol Aliment. 2008;28(4):922–928.
3. Nutrição em Pauta - O Site dos Melhores Profissionais de Nutrição [Internet]. [citado 9 de abril de 2017]. Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=2473
4. Oleo_de_Abacate_Laszlo.pdf [Internet]. [citado 9 de abril de 2017]. Disponível em: http://laszlo.ind.br/admin/artigos/arquivos/Oleo_de_Abacate_Laszlo.pdf
5. Tabela Brasileira de Composicao de Alimentos - TACO 4 Edicao Ampliada e Revisada - taco_4_edicao_ampliada_e_revisada [Internet]. [citado 9 de abril de 2017]. Disponível em: https://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada
6. SALGADO JM, DANIELI F, REGITANO-D’ARCE MAB, FRIAS A, MANSI DN, others. O óleo de abacate (Persea americana Mill) como matéria-prima para a indústria alimentícia. Ciênc E Tecnol Aliment [Internet]. 2008 [citado 26 de março de 2017]; Disponível em: http://reposip.unicamp.br/handle/REPOSIP/1194
7. Tango JS, Carvalho CRL, Soares NB. Caracterização física e química de frutos de abacate visando a seu potencial para extração de óleo. Rev Bras Frutic. 2004;26(1):17–23.
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